29 abril, 2012

Sem Sinal



Você não liga, não manda notícias, nenhum sinal. Os teus cheiros ainda se misturam com o ar pelo meu apartamento, teus restos de cigarro ainda estão no cinzeiro sobre a cômoda e seu beijo ainda arde em meu peito. Só você que não está. Talvez eu já devesse ter esquecido você, ou pelo menos me acostumado a conviver com a falta. A saudade me faz aquela companhia muda que era sua por direito; o telefone não toca desde que você se foi. Acho que eu era apenas uma sombra tua e agora as pessoas simplesmente não me notam mais, nunca notaram.
Meus remendos estão se desfazendo há alguns dias, e devo lhe confessar que ando um tanto sentimental. Se quiser mesmo saber, nem me reconheço quando olho no espelho. Pergunto-me aonde fora parar aquele menino durão que se fazia de difícil e te encantava por ser indiferente. Indiferença já não me pertence há tempos. Nem você, nem ao que quer que seja. Tudo tem me feito refletir. 
Disseram-me uma vez, que quando finalmente provamos do sabor doce-amargo do amor é que percebemos o quanto é bom viver. Talvez eu discorde, pois se o bom da vida é toda essa angustia que vem me atormentando o peito, sinto dizer que prefiro nunca amar. Mas talvez eu não tenha tido sorte e a parte  doce se desfez no caminho antes de eu provar. E assim, vivendo desse amor pela metade que você me forneceu, descobri apenas aquele lado ruim e obscuro que o amor carrega. Talvez eu apenas tenha errado por escolher a pessoa errada para entregar meu coração inquieto e indiferente, coração que agora parece apenas mais um remendo mal feito. 

Um comentário:

  1. "Talvez eu discorde, pois se o bom da vida é toda essa angustia que vem me atormentando o peito, sinto dizer que prefiro nunca amar." Sem comentários.

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